Com certeza as borboletas estão entre os insetos mais admirados e bem conhecidos, possuem uma ampla distribuição mundial e uma enorme diversidade em termos de hábito e morfologia. O fascínio que provocam as tornam alvos de pesquisadores e colecionadores em todo o mundo. Há mais de um século elas são objeto de estudo no estado e ainda assim de tempos em tempos são descobertas novas informações e até mesmo diferentes espécies.
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Janaina Madruga Silva Foto: Divulgação |
Este ano, em um artigo científico, foi publicada a ocorrência de dois novos registros para o município de Capão do Leão. Estas duas borboletas fazem parte de um grupo com o comportamento pouco familiar: são as chamadas borboletas frugívoras. “Diferente de seus parentes que são observados voando de flor em flor à procura de substâncias açucaradas, as borboletas frugívoras são atraídas pelo sulco de frutas fermentadas, material em decomposição ou excrementos, fontes de nutrientes essenciais para a sobrevivência e reprodução destes organismos”, diz a bióloga e mestranda em Entomologia Janaína Madruga Silva, que realizou o inventário das borboletas como trabalho de conclusão de curso.
A tarefa foi realizada por quatro pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) no Horto Botânico Irmão Teodoro Luis, unidade de preservação federal permanente, de responsabilidade da mesma instituição. Foram registradas 16 espécies de borboletas frugívoras para o Capão do Leão, sendo Prepona pylene (Hewitson, [1854]) e Archaeoprepona demophoon (Hübner, [1814]) as novas ocorrências.
Para o estudo, foram utilizadas armadilhas específicas contendo iscas atrativas, sendo este o primeiro trabalho com esta metodologia no Bioma Pampa. “Estas borboletas são deslumbrantes e é admirável que não tenham sido avistadas antes, talvez o seu voo rápido e acima da copa das árvores tenha dificultado sua observação. Mas nada como iscas contendo frutas fermentadas para fazê-las descer ao nosso alcance”, disse Janaína.
A bióloga ainda realiza outros trabalhos com diversidade de borboletas, para complementar as coletas no HBITL. “Estou levantando as borboletas da região através de rede entomológica, e também trabalho com levantamento de espécies no Cerro da Buena, Morro Redondo, como parte da minha dissertação de mestrado”, completou.
Fonte: Jornal Tradição
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