Prefeito escapa por pouco

Em uma sessão longa e cansativa que terminou só depois das 22 horas, a Câmara determinou pelo arquivamento de ambas as denúncias contra o prefeito municipal, Cláudio Vitória.

Vitória só precisava de voto de três vereadores, e como já tinha adiantado o editor no fim da tarde ontem, foi exatamente o que aconteceu. 

O voto que determinou o arquivamento foi proferido pela vereadora Jane Gomes. No final foi 7 x 3 e Cláudio continua no cargo. A Câmara de Capão do Leão possui 11 vereadores. Para cassar, seriam necessários votos de 2/3 da Casa, ou seja, 8 vereadores teriam que votar pela cassação.

Voto tumultuado

Ao proferir o voto sobre as respostas do executivo sobre os pedidos de informação, a vereadora Jane Gomes atrapalhou-se, o que desencadeou uma confusão, tendo a sessão que ser suspensa por alguns minutos. Retornando, Jane Gomes proferiu novamente seu voto e livrou o prefeito da cassação.

Ela estava contrariada

Quem acha que a trapalhada da Jane Gomes surgiu do nada se engana feio. A vereadora estava visivelmente contrariada. Os vídeos que a TVL-Televisão Leonense que colocará na parte da tarde vão mostrar claramente a fisionomia de cada vereador na hora de proferir o voto. E ela não estava com uma cara muito feliz.

Uma vitória que não se comemora

Foi um alívio. Os CC's que estavam ontem na Câmara de Vereadores, saíram exultando felicidade. Menos, por favor! Esse é o tipo de vitória que não se comemora. Apenas se alivia. O prefeito estava na corda bamba e muito por culpa sua própria. Tinha 5 edis; conseguiu magoar todos. Se tivesse feito o que seus vereadores pediram, nem processo haveria. Mas não, teve que passar por isso. Fora isso, deve-se considerar que o presidente denunciante, Chiquinho Silveira, por lei, não pôde participar. Se pudesse, Cláudio seria cassado.

Hugo magoado

Em seu discurso de tribuna, o vereador Hugo Alexandre, antes fiel ao partido, abriu a caixa de ferramentas. Colocou para fora tudo que estava sentido e explicou o porquê de o seu voto era pela cassação de Cláudio. Disse que estava triste pelo prefeito ter abandonado, não só ele, mas toda a bancada do PDT. Disse que, como líder do governo, tentou justificar todas as ações do executivo. Mas disse que era hora de tomar outros rumos.

Hugo também se sentiu excluído da administração quando percebeu que seu nome não estava na comissão de eventos que organiza as festividades do município. Por tudo isso, argumentou que não tinha como votar a favor de Cláudio.

A exclusão do nome de Hugo Alexandre, o percursor do Levante da Canção Nativa, da comissão, apenas corrobora a administração mais que amadora da história do município. e Hugo tem razão sim de ficar magoado.

Votos vão sair caros

Engana-se quem acha que os votos de Toninho Matias e Nazi Medeiros foi meramente partidários ou por consideração à pessoa do prefeito.

Nos bastidores da votação, foi possível apurar que esses vereadores venderam bem caro seu voto. Não um valor feito àquele vereador que surpreendeu a todos e não votou pela cassação do ex-prefeito Manoel Nei. Não! Foi bem mais caro. Exigiram do prefeito mudanças no secretariado e nos cargos em comissão. Parece que cada vereador terá direito a indicar 12 CC's. 

E a dança das cadeiras começa a partir de hoje, que incluiria até a Secretaria de Obras. Será? É esperar para ver.  

Pérola da noite

A política leonense continua pregando umas pérolas que vão se eternizar no folclore da cidade. E o autor da pérola da vez é novamente o vereador Toninho Matias. Em sua pequena fala na noite de ontem, ele com certeza, não será esquecido: "se o senhor morrer, prefeito, quero morrer abraçado com o senhor". 

Muitos ficaram sem entender com o "morrer abraçado". Mas com certeza o vereador sabe bem do que se trata!