O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com maior número de obras
federais que não saíram do papel, de acordo com levantamento da
Confederação Nacional dos Municípios (CNM). O estudo aponta cerca de 2,5
mil realizações paradas ou que sequer tiveram início. A maioria delas
foi anunciada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Entre as obras autorizadas, mas ainda não iniciadas, o Rio Grande do
Sul está em primeiro lugar: 1.512. Já entre as obras que chegaram a ser
feitas, mas foram interrompidas, está em segundo lugar, com 946 obras,
atrás apenas de São Paulo.
Em Bagé, uma obra que está interrompida solucionaria a falta de água na
Região da Campanha. A construção da barragem de Arvorezinha começou há
sete anos e foi embargada pela Justiça em 2013, por suspeita de fraude. A
previsão de orçamento inicial era de R$ 19 milhões. Mas na época do
embargo, já chegava a R$ 51 milhões.
Em Carazinho, a educação infantil sofre com a falta de continuidade das
obras. A construção de uma escola que deveria ter sido entregue há três
anos causa expectativa na comunidade. "É uma região bastante populosa
de crianças, e a previsão seria em torno de 450 vagas aqui", observa a
secretária municipal de Educação, Sandra Citolin.
Já em Candelária, a fila de espera na educação infantil contém cerca de
70 crianças, que esperam por vagas. A solução poderia ser as duas
escolas previstas para serem construídas, com financiamento do governo
federal. Mas as obras nunca saíram do papel.
Há espera também em Santo Ângelo, onde duas escolas de educação
infantil estão paradas. As obras passam de R$ 2,3 milhões. E em Capão do
Leão, só um muro da escola foi levantado até agora.
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Para o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo
Ziulkoski, o cenário é caótico. Segundo ele, o Rio Grande do Sul tem R$
1,2 bilhão a receber do governo federal paras as obras.
"Esses valores se aproximam de uma Lava Jato. E eles estão submersos
nesse mar todo que vivemos no país com tudo isso que está acontecendo. É
uma realidade que vai complicar muito os atuais prefeitos, porque a
maioria assumiu agora e nem olhou isso. O Estado é que não deu segmento,
foi omisso", pondera.
Em nota, o Ministério do Planejamento admite uma redução de R$ 42
bilhões, com gastos em todo o país, no início deste ano, devido ao fraco
desempenho das receitas públicas.
Fonte e texto: G1 RS
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